Na aurora advento do cristianismo, quem sabe através das constantes peregrinações dos cristãos, eis que um humilde lavrador acabou sendo convertido à fé cristã.
De volta à sua longínqua terra nos confins da Ásia, onde imperavam religiões politeístas, este servo de Deus fora considerado impuro, por sua “louca religião” , sendo expurgado das terras do rei( que eram as mais férteis), e forçado a trabalhar fora dos limites da cidade, sem a proteção dos muros ou mesmo o auxílio do trabalho conjunto , este homem voltou corriqueiramente ao seu trabalho servil.
Nesta terra, haviam muitos príncipes, e eis que o mais velho filho de um dos governantes, de passagem para uma festa, com curiosidade percebeu uma choupana, onde dentre aqueles que eram privados da presença nos domínios reais, vivia um incompreensível camponês, que cantava hinos felizes e melodiosos e refletia uma paz aparentemente insana. Qual o motivo de tanta alegria, seria um delírio fruto do trabalho diante do árduo sol? ...percebeu, atônito, que seu cantar não falava de histórias de muitos deuses ou incontáveis heróis, mas de um deus uno e fiel .Voltando para seu cotidiano, derribou –se em pensar: Como são tolos os camponeses e debilmente simples, até no credo!!!.Até que um dia , incontrolável em sua curiosidade, perguntou ao servo : - Como pode alguém ter uma fé tão pobre que resida num único Deus e ainda assim viver um cotidiano duro tão contente..estás louco servo meu?
- Amado príncipe, sei que não sou digno de vossa pergunta, mas posso responder que minha felicidade reside na fé num deus único e verdadeiro, que deu seu único filho para salvar a humanidade – Diante dessa nada esclarecedora (aos seus olhos) resposta, seguiu adiante com a comitiva para os festejos.
Na sua volta, fatigado dos prazerosos e recheados dias de urgias e deleite, voltava o príncipe aos seus aposentos, e no mesmo local do prinmeiro encontro encontrou o camponês, a louvar e a sorrir. Aquilo, além de um devaneio, soou como um desacato ao sistema estabelecido naquele reino, e à sua religião nativa. Não obstante, baixou um decreto pelo qual dobrava as obrigações e impostos àquele homem, bem como a qualquer outro que fosse professo de fé estrangeira, mormente fé monoteísta.
Foi com grande surpresa que viu aquele homem simples vir à sua presença e pagar os impostos que estava incumbido, seja com dinheiro seja com os frutos do seu trabalho. Soube, por muitos dos seus escribas e auditores, que a infértil terra insanamente florescia em beleza e frutos, e que seu dono não só cantava como falava e alegrava outros que compartilhavam de sua miserável condição de expurgado social. Percebendo um perigo político que tal realidade significava, posto que muitos já ouviam o servil daquela exótica fé denominada cristianismo,vossa majestade ordenou que, durante a noite, fosse destruída toda benfeitoria das propriedades além muros, colocando a inscrição: Isto é para quem ouve loucuras de cristãos.
Foi com pensamentos sombrios que o futuro governante logrou amanhecer próximo ao regato de vida do convertido, esperando que uma reação mais abrupta que pudesse estimular uma retaliação física, uma prisão ou mesmo uma execução. Não obstante às sua já demonstradas atitudes, diante de tanta miséria, aquele trabalhador resumiu-se a entrar em oração, e iniciar o trabalho de reconstrução. Não começou o trabalho porém , sem falar aos ventos(posto que os ouvintes escasseara diante de tantas privações) do amor do seu Cristo, e não o continuou sem ritmar louvores sinceros.
Aquelas Palavras e aquela obstinação ficaram na cabeça do príncipe que, a cada momento de sofrimento ou externa compaixão, lembrava dos cantos e orações daquele homem da terra, e não diligente suas sanções, que não podiam ser revogadas por serem palavras reais, de quando em vez se aproximava para ouvir falar daquele deus que era capaz de trazer tanto afeto e paz aos mais simples dos corações ...e diz-se que foi bem deste jeito, que surgiu um dia o primeiro rei a se professar cristão no longínquo continente asiático.
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