Aquele homem parecia um cidadão acima de quaisquer suspeita. Focado no trabalho, profissional de sucesso conhecido pela sociedade em geral, jamais visto em bebedeiras e outras extravagâncias, tinha uma grande facilidade de fazer amigos e ser querido por onde passava, sendo a típica figura do bom moço, top de linha da sociedade... dentro da sua alma no entanto, um segredo lhe fazia tremer e se amaldiçoar diante do seu próprio semblante. Aquela figura pacata e tranqüila na verdade, tinha um afeição sexual estranha, doentia, secreta e nunca realizada por crianças.
Quantas vezes sofreu em si mesmo observando as filhas dos vizinhos. A falta dos trejeitos femininos lhe atraiam, e sua cabeça deleitava-se em animosidades. Sabia a gravidade daquilo, mas simplesmente era algo maior do que seu próprio ser. Tentou buscar auxílio profissional, mas tinha medo de ser tachado, carimbado, marcado para sempre por sua estranha e involuntária predileção. Não queria ser considerado um monstro, tinha pesadelos com a execução do ato e as conseqüências do mesmo,e tal situação o fazia evitar ambientes com crianças, a fim de se por longe do perigo. Evitava também a pedofilia pela internet, pois tinha muito medo daquilo crescer dentro dele (o que já estava acontecendo).
A despeito de acreditar no poder de fazer o que é cert o, considerava todo e qualquer aspecto religioso uma farsa, e tentava justificar isso com argumentações as quais acreditava estarem baseadas na lógica. Entretanto lá no fundo, no seu íntimo, era de outra forma que justificava tal “certeza”: Não podia haver um ser superior, ou se houvesse, era muito maléfico, posto que este lhe via o fardo que era aquela sua compulsão sexual miserável e ainda assim, mesmo vendo a sua luta, não lhe tirava este tumor da sua conduta. Com o passar do tempo convencia-se que, nada nem ninguém poderia olhá-lo a fundo e perceber algo que não fosse essa podridão. Em vão buscava relacionamentos, os quais ele mesmo frustrava com uma tenebrosa certeza de incapacidade de amar alguém normal, uma mulher adulta. Se via mesmo como um bicho diante das outras pessoas não obstante suas lutas e sacrifícios. Ir à praia por exemplo se tornava um martírio de segurar a sede concupiscente , tal qual a sede de sangue dos morcegos hematófagos. Sua vida corria mesmo ao largo de qualquer religiosidade, e fincada nesta sua luta, a qual se fazia solitária e inócua, presente a cada minuto.
Assim seguiam as coisas, até que um dia, passou na frente de uma igreja, onde se realizava um culto evangélico. O orador expunha sua ficha corrida na polícia para justificar seu tempo de cadeia: Era um assassino compulsivo que houvera ficado famoso no passado por horrorizar a cidade com o tormento que impunha às vítimas antes da morte. Mesmo sendo tão velho( posto que o homem havia passado muito tempo na cadeia) conhecia a fama daquele na sua frente e não consegui compreender o que fazia um doente como aquele um renegado, um lixo ,à frente de uma congregação religiosa. Já estava absorto nestes pensamentos quando percebeu-se dentro do local congregacional, e se viu diante da curiosidade de saber o que tinha aquele homem a oferecer aos demais presentes. Atônito viu-se diante de realidades bíblicas: Jesus veio para salvar toda a humanidade, para os doentes, para os deturpados, para os desprovidos por si só de algum merecimento, em suma para toda a humanidade!!!
Aquelas palavras vinham de alguém que acredita que estava perdoado, de alguém que cumprira sua pena com a justiça dos homens, mas se dizia fruto da misericórdia de um deus que se fez homem, que foi julgado e condenado injustamente, carregando física e principalmente espiritualmente o peso de todos os pecados todos os erros que foram cometidos nesta terra...de repente, a sua cabeça dava voltas, pensava no quanto se via como miserável e incapaz , e se havia mesmo uma forma de um ser superior perdoar sua transgressão, e mais retirar dele esta mazela, lutar com ele contra aquilo que parecia impossível de ser vencido. Havia algo grande, algo indescritível ali, já que aquele homem a sua frente tinha um semblante calmo, alegre, e estranhamente, liberto. Naquele instante entendeu a grandeza do ministério cravado na cruz : Ele não estava nunca esteve sozinho!!Morreu o redentor no seu lugar e o orador avisava como se dissesse vendo dentro da alma daquele homem ali a frente: Jesus está de braços abertos, basta você o aceitar como eu aceitei!!!...olhou para o lado como se outros conhecessem seu sofrimento, e uma grande comoção tomou conta de seu espírito: Havia saída, possibilidade havia de verdade a verdade da vida : A cruz do calvário.
Olhou para sua vida e viu todas as suas tentativas de negar a existência de deus, e mesmo de atribuir a ele se presente, um aspecto malévolo ( já que não se importava com ele), mesmo assim aquela força estranha o chamava lá no seu coração de meu filho, lhe oferecia a mão para um novo caminho, lhe falava de paz através de um outrora mensageiro do sofrimento e da dor. Despido de seus orgulhos e conceitos, a máscara caiu e o frágil ser ali dentro, juntando assim seus resquícios de acreditação, presentes nas suas próprias negativas, pediu ajuda ao Pai celeste E assim, muito estranharam quando viram aquele homem de vestes finas de joelhos, de vida aparentemente tão cheia de sucessos e alegrias, oferecendo seu coração pecador ao amor de Jesus Cristo.